Archive for the ‘1969’ Category

Taiguara e os anos de chumbo

novembro 21, 2012
“Taiguara, no show “Treze Outubros”, conta uma anedota, embora divertida, sobre seu contato com umas das censoras nos tristes tempos ds ditadura. – o relato se refere a cancao “Nova York” – algo que o clip nao permite deixar exatamente claro. O incomodo em questao, e’ a presenca da palava “Policia”, entres as outras “po” e “poluicao”.
Citando a necessidade de preservar o recurso poetico sendo utilizado, a aliteracao, Taiguara sugere canta-la entao em na lingua Inglesa – desde que a letra da cancao de fato se refere a cidade de Nova Yorque – e a censora permite que assim a cancao “passe”; embora foneticamente o trecho, mesmo com a palavra registrada em ingles, possui o mesmo som que o original “o po, a policia (*police e a) e a poluicao” – proporcionando assim, o mesmo obvio resultado.

Após o relato, Taiguara, ao piano, canta a bela “Que as criancas cantem livres”.(Comentários de quem postou o vídeo)

Beatles – Foto da Capa de Abbey Road completa 40 anos

agosto 7, 2009

 

O link a seguir permite o acesso a um vídeo da BBC que aborda o aniversário, em 08/08/2009, da foto da capa do álbum Abbey Road, dos Beatles.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2009/08/090807_abbey_road_video.shtml

Do Álbum, postamos Because:

Woodstock faz 40 anos

agosto 3, 2009

Em 5 de agosto o Festival de Woodstock completa quarenta anos. Para marcar a data, replicamos matéria hoje publicada no CORREIO da Bahia. A foto anterior foi incluída por nós.


Símbolo da contracultura dos 60: Woodstock, marcou gerações

Ivan Dias Marques | Redação CORREIO

Aqueles que se dirigiram à fazenda Yargur,emBethel, no estado de Nova York, na tarde de15 de agosto de 1969, jamais imaginariam a quantidade de pessoas que tiveram a mesma ideia de prestigiar os três dias da Feira de Música e Arte de Woodstock. Também não conseguiriam prever o quão importante aquele evento seria para a história da cultura pop. Lá se vão 40 anos de paz e amor, companheirismo e apelo a um mundo melhor. Quatro décadas de ideais que continuam em alta, talvez ainda mais importantes nos dias de hoje.


Janis era, talvez, a artista favorita e mais esperada pelo público
Foto: Divulgação


O momento americano era tenso: corrida armamentista, Guerra do Vietnã… “Woodstock se tornou um manifesto, um símbolo das mudanças que borbulharam na primeira metade e transbordaram durante a segunda metade dos anos 60 nos Estados Unidos”, explica o radialista Pete Fornatale, autor do livro Woodstock, lançado pela editora Agir e que traz depoimentos de artistas, organizadores, jornalistas e gente simples que esteve em Bethel em 1969. Para ele, o evento “nos fez sentir o êxtase de estarmos vivos”.

Milhares de jovens (hippies na maioria) abraçaram a ideia criada por Michael Lang, John Roberts, Joel Rosenman e ArtieKornfeld. Só que os organizadores, que contavam com 75 mil pessoas no máximo, é que não estavam preparados para isso.

Lendário

Meio milhão de loucos por sexo, drogas e rock’n’roll piraram durante três dias de festa e causaram um engarrafamento de dezenas de quilômetros, onde andar a pé era mais rápido do que de carro. Quem ficou nos automóveis trocava ideias, maconha e vinho. “À medida que o tempo passou, a lenda, o mito de Woodstock, se tornou maior do quearealidade”,de- clara no livro Graham Nash, do Crosby, Stills, Nash & Young.

Os produtores enfrentaram problemas com o transporte demúsicos, falta de água e comida, e muita, muita lama provocada por chuvas. O público não parecia ligar muito para isso. Ansiosamente, esperava alguns dos shows mais inesquecíveis da história da música. Coube ao folkman Richie Havens abrir a festa. E se saiu muito bem. Até hoje, ele, com 68 anos, carrega o espírito da festa, sempre vestindo bata e com ideais de paz.


Banda inglesa ‘Thw Who’ era uma das mais importantes
Foto: Divulgação

Após Richie seguiram Joan Baez, Janis Joplin, The Who, Jefferson Airplane,Creedence Clearwater Revival, Joe Cocker, Crosby, Stills, Nash & Young e Jimi Hendrix, entre outros. Todos reunidos em prol da boa música.

Na telona

Quem só conhece o clima do festival através de histórias, fotos e documentários antigos, vai poder saber mais do que aconteceu naqueles três dias de agosto de 1969, a partir de 18 de setembro, quando deve estrear no Brasil o filme Taking Woodstock, de Ang Lee (O segredo de Brokeback Mountain).

O longa, que conta com Emile Hirsch (Nanatureza selvagem) e Paul Dano (Sangue negro), é baseado no livro Aconteceu em Woodstock, de Elliot Tiber, o homem que possuí a aautorização para que o festival rolasse em Bethel e que foi fundamental no processo. A publicação chega ao Brasil em setembro pela editora Record.

Se chegar perto do sucesso que foi o filme oficial da festa, Woodstock (1970), já serábom. A obra de Michael Wadleigh faturou o Oscar de melhor documentário em 71.


Joan Baez foi escolhida de última hora para fechar o primeiro dia
Foto: Divulgação

Uma das melhores definições de como o evento foi abraçado por todos veio de um outro diretor de cinema, o mestre Martin Scorsese, que disse ao autor de Woodstock: “Quando olho para a segunda metade dos anos 60, percebo que foi o único período em que ouvi falar a sério sobre o amor como uma força para combater a ambição, o ódio, e a violência”.

Joplin – Era o auge da carreira da mítica cantora. Muito feeling, muito rock e muitas drogas. Janis era, talvez, a artista favorita e mais esperada pelos 500 mil presentes em Bethel. Sua performance enlouqueceu o público, o que fez a produção desculpar as bebedeiras e confusões nos bastidores da festa.

Who – A banda inglesa era uma das mais importantes em 69. Devido ao atraso e ao tumulto, o guitarrista Pete Townshend ficou irritado e nervoso, e acabou batendo com o instrumento na cabeça do ativista Abbie Hoffman, que invadiu o show do grupo para fazer um discurso. O público apoiou Pete e a apresentação do TheWho entrou para a história como uma das melhores de Woodstock.

Joe Cocker – O jovem inglês não era uma das atrações mais conhecidas em Bethel, mas sua apresentação, na abertura do último dia, se tornou lendária. Com um jeito diferente de cantar, cheio de tiques, trejeitos e expressões, Joe Cocker conquistou todos. O final do show, com a visceral versão de With a little help of my friends, dos Beatles, é um dos grandes e mais emocionantes momentos da história do rock.

Hendrix – O maior guitarrista da história do rock fechou Woodstock em grande estilo. Jimi Hendrix subiu ao palco na manhã da segunda e a maioria do público já tinha voltado para casa. Quem ficou, foi testemunha de um dos ápices do festival. Do nada, Hendrix tocou o hino americano, num festejado ato patriótico.

Jimmy Hendrix tocando o hino americano
Foto: Divulgação

Baez – Frágil e grávida de seis meses, Joan, a musa do folk, era o maior símbolo do Woodstock politizado. O marido, David Harris, estava preso por fugir do alistamento militar. A cantora, que foi escolhida de última hora para fechar o primeiro dia do festival, discursou, cantou e emocionou o público da fazenda.

(Notícia publicada na edição de 03/08/2009 do CORREIO)

The Beatles: Abbey Road

julho 26, 2009

Abbey Road é o 12° e penúltimo álbum dos Beatles. Foi lançado em 26 de setembro de 1969, quase quarenta anos atrás. Leva o mesmo nome de uma rua de Londres onde ficava o estúdio Abbey Road. Apesar de ter sido o penúltimo álbum lançado pela banda, foi o último a ser gravado.

Para recordar, postamos um vídeo com músicas do álbum, cenas da rua e outras imagens da época.

 

Easy Rider (Sem Destino)

julho 23, 2009

 

 

“O clássico dos anos 60, que marcou toda uma geração, está de volta em edição especial, com sua inesquecível trilha sonora e imagem remasterizadas digitalmente. Edição Especial de 30º Aniversário. Mergulhe na contra cultura dos anos 60 sem nenhuma censura, nesta emocionante mistura de drogas, sexo e política. Jack Nicholson estrela com Peter Fonda e Dennis Hopper (que também dirige) neste clássico incomum, que a Revista Time elogiou como um dos dez mais importantes filmes da década. Indicado para o Oscar de Melhor Roteiro em 1969, Sem Destino continua a emocionar o público de todas as idades”

 

O texto anterior é do relançamento de EasY Rider (Sem Destino) há 10 anos atrás.  Informações adicionais sobre o filme podem ser obtidas clicando aqui.

 Para quem era jovem na época do lançamento, Sem Destino é um filme inesquecível. Tão presente na minha memória que lembro-me  do lugar e das circunstâncias em que o assisti.

Com os meus colegas de classe de Filosofia da Educação, curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro, fui até Campinas para uma visita à UNICAMP, então recentemente criada. O objetivo da visita era conhecer os computadores da universidade e discutir o futuro da computação e sua possível influência na sociedade e na educação.   

 Em relação às imensas expectativas que tínhamos sobre o futuro da nova tecnologia, a visita foi frustante. O professor que nos guiou na visita (esqueci-me de seu nome), mostrando a carcaça do enorme Mainframe, disse-nos que o computador não merecia nossa visita e nossa preocupação. Afirmou que ele era apenas uma enorme máquina de calcular, cuja influência futura seria mínima.

 Da UNICAMP, fomos ao cinema. “Um homem saiu em busca da América. Não a encontrou em lugar algum”, dizia o poster de Sem Destino, na entrada da sala de projeção. O filme valeu a viagem. A imaginação reprimida na universidade soltou-se no cinema.

 A lembrança acoplada das duas cenas  (computador X filme) é tão vívida, que acredito que guardavam alguma profecia. Algum dia descubro qual é, foi ou será.

O homem na Lua – quarenta anos depois

julho 7, 2009

 

 

“É um pequeno passo para um homem,
mas um gigantesco salto para a Humanidade”.

Neil Armonstrong, ao pisar na Lua em 20 de julho de 1969

No dia 20 de junho próximo é comemorado o aniversário da chegada do homem à Lua. Desde o feito inédito, já se foram quarenta anos. A “conquista” da  Lua foi alvo de disputa política e despertou a imaginação humana na época. Recordo-me do cinema. Para mim, sem o filme 2001, uma Odisséia no Espaço,  as imagens do homem chegando e “passeando” na Lua não teriam o mesmo  impacto.

Muitos dos que já viviam se lembram daquele dia como singular. Uma emissora de televisão faz, agora, uma chamada para um especial sobre a efeméride. Solicita que personalidades famosas relatem o que estavam fazendo naquele dia.

Eu era, então, um jovem com olhos pregados na televisão. A visão daquela figura meio cangurulesca saltitando pela Lua deu-me a sensação de que, para o homem, nada era impossível.

Bom ser jovem, crédulo e vivendo a certeza de que pertencia a uma espécie ainda imperfeita, mas quase divina.

Quarenta anos depois, o entusiasmo arrefeceu. Nas viagens espaciais, não se foi muito mais longe. A consciência das enormes distâncias cósmicas é hoje mais presente. A minha crença sobre a quase divindade da espécie humana também se foi.

Estamos tão longe de aspirar à divindade quanto as estrelas que, então, desafiavam a nossa imaginação.

Saudades…

1969 – O Teatro perde Cacilda Becker

maio 5, 2009

 

Parece que nos útimos dias, o blog inclina-se para o teatro. Também está de luto com a morte de Boal. Coisas fortes como essa parecem criar um viés imaginativo, senão energético. Procurando por um registro do dia 6 de maio de 1969, deparo-me com um texto que fala da morte de Cacilda Becker. Já que o tema é teatro e o penúltimo registro de morte, vai lá:

14 June, 2008 | Posted by: lucyannemano

Jornal do Brasil: Sábado, 21 de junho de 1969 - página 5

Cacilda morreu. O teatro, aqui mais do que qualquer das outras artes, é ingrato, pois não nos oferece sequer a possibilidade da retrospectiva que o cinema usa para honrar seus mortos. A cada um de nós, individualmente, a lembrança de Cacilda no palco poderá enriquecer ainda, e por muito tempo. Mas não poderemos oferecer às novas gerações a mesma experiência. E elas serão mais pobres por isso…
Não nos será mais possível, em nossos momentos de luta, contar com seu entusiasmo, com o brilho de seu olhar ou com o calor de sua emoção, ou a força de sua coragem. E nós seremos mais pobres por isso
“.
Barbara Heliodora

O teatro brasileiro perdeu um de seus maiores expoentes de todos os tempos. A atriz paulista Cacilda Becker Yáconis, 48 anos, saiu prematuramente de cena, no auge da sua capacidade criadora, quando tudo levava a crer que ultrapassaria, nos futuros desempenhos, tudo que havia feito até então. Morreu após 38 dias de internação num quadro irreversível de derrame cerebral.

Primeira página do Jornal do Brasil: Quinta-feira, 8 de maio de 1969.

Quando tudo parecia definitivo, Cacilda Becker surpreendia com uma atitude inovadora, uma posição vanguardista, uma interpretação inesperada. Assim firmou-se fazendo da sua vida o teatro, e do teatro a sua vida. Exemplo de coragem, lucidez e intrépido espírito em defesa da cultura brasileira, atuou incansavelmente. Nem tudo foi fácil, nem tudo foi certo. Apenas verdadeiro. Se para o grande público o reconhecimento advinha da excelência da sua interpretação, ela foi decisiva para o amadurecimento da consciência profissional da classe teatral. Colocou-se aguerrida a serviço da arte dramática. Desgastou-se fisicamente, prejudicou-se economicamente, mas foi audaz até o fim na integridade e na dignificação do teatro brasileiro.

 

Jornal do Brasil: Espetáculo Esperando Godot. Caderno B, página 5

O súbito fim do último espetáculo
Uma Cacilda Becker maltrapilha, ou Estragon, personagem de Samuel Beckett, olha para seus pés machucados e geme, e a dor que quer transmitir parece ser sentida por todo o público. Walmor Chagas, ou Wladimir, também um mendigo, aparece, e se une a ela para juntos fazerem o que a platéia do teatro sabe ser absurdo, mas que não deixa de comovê-la, todas as noites: Esperar Godot. No fim do primeiro ato do espetáculo, no dia 6 de maio de 1969, Vladimir pergunta: “Então, vamos?” Estragon responde: “Vamos”. E a luz se apaga. Cacilda sai de cena para o intervalo, sente-se mal, e não volta mais aos palcos.

Decreto que levou o AI-5 para dentro das universidades faz 40 anos

fevereiro 27, 2009

 

Por Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os 40 anos do Decreto-Lei 477 serão lembrados hoje  (27), às 10h, na 8ª Anistia Cultural, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro. O decreto, editado em 26 de fevereiro de 1969, durante a ditadura militar, define infrações disciplinares praticadas por professores, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de ensino público ou particulares.

 Na prática, o decreto estabeleceu rito sumário para demissões e desligamento de professores, funcionários e estudantes que praticassem infração disciplinar considerada subversiva nas universidades brasileiras. O evento de amanhã é promovido pela OAB, pela Comissão de Anistia do Ministro da Justiça e pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

 Assinada pelo segundo presidente do regime militar, Marechal Arthur da Costa e Silva, a norma considerava infração disciplinar a participação em paralisações da atividade escolar e na organização de eventos não-autorizados, a confecção de material subversivo, a prática de atos contrários à ordem pública ou à moral, o sequestro de pessoas e a prática de atentados contra o patrimônio das universidades.

 “No início, a gente pensou que não fosse para valer, dado o rigor ditatorial sem precedentes”, recorda-se o então estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da federação dos estudantes da capital federal, José Antônio Prates, hoje prefeito reeleito de Salinas, no interior de Minas Gerais.

 O decreto “era o AI-5 das universidades”, afirma o cientista político Octaciano Nogueira, professor da UnB, rememorando o Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, que cassou direitos e garantias fundamentais. Para a historiadora Alessandra Ciambarella Paulon, professora da Unilassalle e da Universidade Federal Fluminense, o decreto-lei, expedido em tempos de exceção, “ramificou o AI-5 nas universidades” e “transformou estudantes e intelectuais em reféns”.

 O ex-ministro da Educação e Cultura Jarbas Passarinho, que assumiu a pasta nove meses depois da expedição do decreto, confirma que o 477 foi, de fato, “um corolário”, “um produto do AI-5”. “[O decreto] foi baseado no teorema do AI-5, que era a decisão de fazer frente às guerrilhas que já tinham começado”, diz o ex-ministro, que percebia nas universidades um foco de resistência ao governo da época, inclusive com o risco de luta armada.

 Para Alessandra Paulon, o movimento estudantil “teve um papel fundamental”, de “vanguarda de luta contra a ditadura”. Os estudantes “ansiavam, sim, por participar da vida política”, afirma a professora. Entretanto, o decreto estabeleceu uma relação desigual, de “David e Golias [referência a duas personagens bíblicas, David, rei de Israel, que, quando jovem, venceu o gigante filisteu Golias]”, entre quem se opunha ao regime e o aparelho do Estado usado para a repressão política.

 Jarbas Passarinho revela que chamava o decreto de “draconiano” e de “Lei de Newton Depravada”, por não considerar a igualdade da força inicial e da reação contrária. O ex-ministro conta que pediu ao então presidente Emílio Garrastazu Médici que suspendesse o decreto, mas teve oposição do Conselho de Segurança. Passarinho diz que teve apoio do presidente para criar uma “segunda instância” de julgamento dos processos iniciados nas universidades por ordem das reitorias e diretorias de faculdade (conforme previsto no decreto).

 Segundo o ex-ministro, em seus quatro anos à frente do MEC, 106 pessoas foram absolvidas e 39 estudantes tiveram expulsão confirmada. “Apenas estudantes que usavam o campus universitário para atividade revolucionária ou que pertencessem a partidos políticos de esquerda radical, dispostos a dominar o poder pela força”, assinala.

 A historiadora Alessandra Paulon desconhece números de “absolvidos” e “condenados” pelo Decreto-Lei 477, mas relativiza as declarações do ex-ministro. “Questiono as pessoas que acabam revendo sua memória e sua história e saem da condição de co-autores para a de protetores”, critica. A professora faz sua ressalva afirmando que o efeito da lei foi “inibir a capacidade intelectual” de uma geração de estudantes e acadêmicos.

 AGÊNCIA BRASIL

69 no Brasil, por Zuenir Ventura

fevereiro 11, 2009

 

 

No ano em que o homem realizou o sonho de chegar à Lua, fazendo a humanidade dar o que o astronauta Neil Armstrong chamou de um “gigantesco salto”, o Brasil deu um passo atrás e mergulhou nas trevas, atacado de sectarismo ideológico e intolerância política. Ao contrário de 1968, que foi solar e generoso, sintonizado com o mundo, o nosso 1969 político foi de descompasso e desvio. À onda planetária de distensão política e liberação dos costumes, respondemos com a repressão e o obscurantismo.

No ano em que nos Estados Unidos cerca de 400 mil jovens se reuniam em Woodstock durante três dias para ouvir Jimi Hendrix, fazer amor e pedir a paz, uma parte da juventude brasileira se entregava a uma guerra perdida. Mofino e sombrio, 1969 inaugurou os anos de chumbo – tempos de tortura e censura, terror e medo. De um lado, um governo impondo uma repressão implacável; de outro, uma esquerda radical tentando derrubar a ditadura pelas armas. No meio, um povo mais ou menos indiferente ao fanatismo dos que falavam em seu nome. Em 12 meses, o Brasil conheceu vários graus de arbítrio.

 

O excerto anterior foi retirado do blog Comunidade Hippie. Para continuar a ler sobre os principais acontecimentos de 1969, texto de Zuenir Ventura, clique aqui.