Archive for the ‘cinema’ Category

Easy Rider (Sem Destino)

julho 23, 2009

 

 

“O clássico dos anos 60, que marcou toda uma geração, está de volta em edição especial, com sua inesquecível trilha sonora e imagem remasterizadas digitalmente. Edição Especial de 30º Aniversário. Mergulhe na contra cultura dos anos 60 sem nenhuma censura, nesta emocionante mistura de drogas, sexo e política. Jack Nicholson estrela com Peter Fonda e Dennis Hopper (que também dirige) neste clássico incomum, que a Revista Time elogiou como um dos dez mais importantes filmes da década. Indicado para o Oscar de Melhor Roteiro em 1969, Sem Destino continua a emocionar o público de todas as idades”

 

O texto anterior é do relançamento de EasY Rider (Sem Destino) há 10 anos atrás.  Informações adicionais sobre o filme podem ser obtidas clicando aqui.

 Para quem era jovem na época do lançamento, Sem Destino é um filme inesquecível. Tão presente na minha memória que lembro-me  do lugar e das circunstâncias em que o assisti.

Com os meus colegas de classe de Filosofia da Educação, curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro, fui até Campinas para uma visita à UNICAMP, então recentemente criada. O objetivo da visita era conhecer os computadores da universidade e discutir o futuro da computação e sua possível influência na sociedade e na educação.   

 Em relação às imensas expectativas que tínhamos sobre o futuro da nova tecnologia, a visita foi frustante. O professor que nos guiou na visita (esqueci-me de seu nome), mostrando a carcaça do enorme Mainframe, disse-nos que o computador não merecia nossa visita e nossa preocupação. Afirmou que ele era apenas uma enorme máquina de calcular, cuja influência futura seria mínima.

 Da UNICAMP, fomos ao cinema. “Um homem saiu em busca da América. Não a encontrou em lugar algum”, dizia o poster de Sem Destino, na entrada da sala de projeção. O filme valeu a viagem. A imaginação reprimida na universidade soltou-se no cinema.

 A lembrança acoplada das duas cenas  (computador X filme) é tão vívida, que acredito que guardavam alguma profecia. Algum dia descubro qual é, foi ou será.

O homem na Lua – quarenta anos depois

julho 7, 2009

 

 

“É um pequeno passo para um homem,
mas um gigantesco salto para a Humanidade”.

Neil Armonstrong, ao pisar na Lua em 20 de julho de 1969

No dia 20 de junho próximo é comemorado o aniversário da chegada do homem à Lua. Desde o feito inédito, já se foram quarenta anos. A “conquista” da  Lua foi alvo de disputa política e despertou a imaginação humana na época. Recordo-me do cinema. Para mim, sem o filme 2001, uma Odisséia no Espaço,  as imagens do homem chegando e “passeando” na Lua não teriam o mesmo  impacto.

Muitos dos que já viviam se lembram daquele dia como singular. Uma emissora de televisão faz, agora, uma chamada para um especial sobre a efeméride. Solicita que personalidades famosas relatem o que estavam fazendo naquele dia.

Eu era, então, um jovem com olhos pregados na televisão. A visão daquela figura meio cangurulesca saltitando pela Lua deu-me a sensação de que, para o homem, nada era impossível.

Bom ser jovem, crédulo e vivendo a certeza de que pertencia a uma espécie ainda imperfeita, mas quase divina.

Quarenta anos depois, o entusiasmo arrefeceu. Nas viagens espaciais, não se foi muito mais longe. A consciência das enormes distâncias cósmicas é hoje mais presente. A minha crença sobre a quase divindade da espécie humana também se foi.

Estamos tão longe de aspirar à divindade quanto as estrelas que, então, desafiavam a nossa imaginação.

Saudades…

Jornada nas Estrelas

maio 14, 2009

spockSpock, Kirk, Magro, Checkov, Sulo foram heróis que frequentavam a telinha em minhas horas de lazer na segunda metade dos anos sessenta. Eles eram alguns dos personagens de Jornada nas Estrelas, saga da busca de outros mundos por um universo sem fim. O número de fãs da série era imenso. E a história ainda rende novos filmes e séries na TV. Um ícone da nossa geração.

Acabo de encontrar uma matéria sobre  curso de história na San Diego State University cujo título é Star Trek (Jornada nas Estrelas).  É um programa acadêmico que vale créditos como qualquer outro.  O professor que o planejou, John Putman, explica que muitos episódios de Star Trek fazem referência aos grandes temas culturais e políticos dos sessenta: direitos civis, guerra do Vietnam, contracultura, revolução sexual etc.

Escrevi mais sobre o curso e a proposta do professor Putman no Boteco Escola. Para chegar lá, clique no destaque abaixo.

CANNES 68: O CHOQUE DE MAIO

dezembro 9, 2008

Considerado por jovens cineastas representante do conservadorismo, o Festival de Cannes não passou incólume às revoluções do período.

Por Alexandre Figueirôa, colunista do O Grito!

Os anos 60 foram efervescentes sob diversos aspectos, e o cinema, como era de se esperar, refletiu as grandes mudanças da sociedade registradas no período. O Festival de Cannes também não escapou da onda de renovação e contestação que se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Mas, 1968 foi, sem dúvida, o ano chave desse processo de transformação. E o maior evento cinematográfico do mundo viu o glamour e o desfile de astros e estrelas, no Palácio do Festival e na Croisette, ser rapidamente substituído pela contestação e pelo debate político.

Na verdade, o estado de tensão no cinema francês já estava acionado desde fevereiro, quando o então ministro da Cultura, o escritor André Malraux havia afastado, por razões políticas, Henri Langlois da direção da Cinemateca Francesa. O episódio, mobilizou cineastas, críticos e transformou a redação da revista Cahiers du Cinema no quartel-general de resistência. Depois de inúmeros manifestos e passeatas, Malraux recuou, e Langlois, no início de maio, foi reconduzido ao cargo. Entretanto, a paixão política havia contagiado todos os envolvidos no acontecimento.

 

O artigo completo foi publicado em Revista O Grito. Para continuar a leitura do artigo, clique aqui.

A Geração Paissandu

dezembro 5, 2008

 Pesquisando sobre cinema em 1968, encontrei um artigo muito interessante de Rui Castro sobre o tema. Trata-se de Geração Paissandu. O texto relaciona cinema e memória da época. Cabe muito bem, portanto, em Arquivo68. Publicamos, como aperitivo, o início do artigo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Os menores de 30 anos podem não acreditar, mas já houve um cinema no Brasil – uma sala de espetáculos, quero dizer – que resumiu todo o cenário de uma época e, em seu tempo, batizou uma geração que a protagonizou. O cinema era o Paissandu, uma modesta sala de 742 lugares na rua Senador Vergueiro, no bairro do Flamengo, no Rio. A época, os anos 1964-1968, os quatro primeiros do regime militar (que ainda se envergonhava de ser chamado de ditadura). E os jovens que o freqüentavam eram então conhecidos (mais pelos seus detratores) como a Geração Paissandu – uma vasta classificação que incluía rapazes e moças radicais em arte, política e comportamento, embora alguns ainda tivessem de dar satisfações à mãe quanto à hora de chegar em casa.

Os ecos do que se passava em torno da tela do Paissandu e nos bares adjacentes eram ouvidos em todo o Brasil daquele tempo e, se calhar, até em Paris. Ali, entre as montanhas de cartões de chope nos botequins e aos sussurros na sala de espera do cinema, antes do começo das sessões, derrubou-se incontáveis vezes a ditadura, libertou-se o Vietnã e decretou-se a vitória definitiva do jeans (da marca Lee) sobre o vinco impecável. Grandes tempos para quem os viveu. Certa noite, no entanto – a de 13 de dezembro de 1968, uma sexta-feira –, a Geração Paissandu silenciou sem dizer água vai, e meio que para sempre. Silêncio este que, como tudo mais, passou despercebido, porque a insegurança e o medo impostos pelo Ato Institucional nº 5, baixado naquela noite, engoliram todo mundo.

Para quem se interessou, mais pode ser encontrado em Digestivo Cultural, clicando aqui.